29 de Novembro de 2023
Na Rodovia Guataçara, ocorre o contato entre as formações do Grupo Iapó e Paraná (as rochas mais antigas da Bacia do Paraná, compostas de arenitos e conglomerados) e as rochas do Grupo Castro, formadas por basaltos e piroclastitos. Isso gera, além de uma imponente escarpa de arenitos mais resistentes, uma diferença importante na vegetação.
De acordo com o mapa de solos do Paraná, a parte alta se classifica como um Neossolo litólico, raso e com muitas características da rocha mãe (que no caso é quase desprovida de nutrientes); enquanto isso, a parte baixa é um Cambissolo húmico, muito rico em matéria orgânica (apesar de Distrófico). O clima é úmido, e fomos acompanhados durante a caminhada de uma garoa fina e cortante.
Na parte baixa (piedemonte), se vê uma mata de Araucária (Ombrófila mista) bem desenvolvida, com grandes indivíduos de A. angustifolia e outros gêneros como Cedrela e algumas Lauraceae. Porém, na parte alta, se desenvolve só uma vegetação rasteira, que nunca chega a 2m de altura. Os elementos que vi neste ponto tinham conexões com os Pampas e os Campos rupestres da Mantiqueira/Espinhaço. Isso é interessante pois muitas fontes (por exemplo o WWF) classificam toda essa região como uma mancha de Cerrado; talvez faça mais sentido considerar-se um campo rupestre.
Algumas espécies inclusive são encontradas também nos Andes! Por exemplo, Clethra scabra está presente nas regiões de Yunga altimontana do Perú e Bolívia.
Comments
Belo desenho, belo texto e belos registros, obrigado por compartilhar!
Ah, um detalhe: no post a data está novembro de 2024!
Valeu!
Valeu, Tiago!! vou corrigir aqui
Add a Comment